segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A bigorna - Max lucado


Com um forte braço, o ferreiro vestido com um avental põe as pinças dentro do fogo, agarra o metal fervendo e o coloca sobre a bigorna. O seu olho aguçado examina a peça ainda em brasa. Ele vê o que a ferramenta é agora e visualiza o que ele quer que ela seja — mais cortante, mais achatada, mais larga, mais comprida. Com uma visão mais clara em sua mente, ele começa a martelá-la. A sua mão esquerda ainda segura as pinças com o metal quente; e a mão direita bate no metal moldável com uma marreta de aproximadamente 1 quilo.
Na sólida bigorna, o ferro ainda em combustão começa a ser remodelado.
O ferreiro sabe o tipo de instrumento que ele quer. Ele sabe o tamanho. Ele sabe o formato. Ele sabe a força.
Pá! Pá! Bate o martelo. Os barulhos ressoam na loja, o ar se enche de fumaça, e o metal ainda mole responde.
Mas a resposta não vem fácil. Não vem sem um desconforto. Para derreter o ferro velho e refundi-lo como novo passa-se um processo de ruptura. O metal ainda se mantém na bigorna, permitindo que o ferreiro remova as cicatrizes, repare as rachaduras, preenche as lacunas e purifique as impurezas.
E com o tempo, uma mudança ocorre: o que era sem corte se torna afiado, o que era torto se torna reto, o que era fraco se torna forte, e o que era inútil se torna valoroso.
Então o ferreiro para. Ele cessa as batidas e coloca o martelo de lado. Com um forte braço esquerdo, levanta as pinças até que o metal recém-moldado esteja à altura dos seus olhos. Ainda em silêncio, ele examina a ferramenta em brasa. O implemento incandescente é girado e examinado para ver se existem marcas ou rachaduras.
Não existe nenhuma.
Agora o ferreiro entra no estágio final da sua tarefa. Ele mergulha o instrumento ainda quente dentro de um tonel de água. Com um sonido e uma movimentação de fumaça, o metal imediatamente começa a
endurecer. O calor se rende ao ataque furioso da água fria e o mineral maleável e mole se torna uma ferramenta útil e inflexível.
"Talvez você já tenha passado por algum momento de tristeza, e por todos os tipos de provações. Elas vieram para que a sua fé — que tem mais valor do que o ouro, que perece ainda que refinado pelo fogo — seja provada genuinamente e resulte em louvor, glória e honra quando Jesus Cristo for revelado" (I Pedro 1.6-7).

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