quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Natureza do Verdadeiro Amor Part 1º


   O amor não salva, mas ninguém entrará no céu sem ele: “Nós sabemos que já passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos; aquele que não ama permanece na morte”. Sabemos que a justificação do pecador perante Deus dá-se pela graça deste mediante a fé somente. Se o amor fosse a base da nossa salvação estaríamos sem esperança. Ninguém ama perfeitamente. Por que não sabemos amar? Porque somos uma raça de seres que se desconectaram da Fonte da vida. Seres que foram feitos para reinar sobre este planeta a mando do Criador, mas que hoje perderam a noção de quem são. Queremos de alguma forma reinar. Queremos ter valor pessoal. Sentirmo-nos amados e apreciados. E tudo leva a crer que nascemos para nos sentirmos contentes com o que somos. Concordo com John Piper quando ele diz“O anelo para ser feliz é uma experiência humana universal, e é bom e não pecaminoso”  E faz parte de qualquer definição de felicidade o estar satisfeito consigo próprio. O anelo por sentir-se valioso é algo intrínseco à nossa natureza. Porém, longe do único que serve de base para a construção do nosso senso de valor pessoal, o Deus que nos ama incondicionalmente, o que nos resta é sairmos do nosso modo em busca de algo que nos faça crer que temos valor.
   O ponto onde quero chegar é que é natural que não saibamos amar. Não podemos dar o que não temos. Não estamos satisfeitos com o que temos. Por isso precisamos de explorar. O próximo se constitui em nossa condição de seres caídos na nossa base de auto-aceitação. Como carecemos de aplauso. Milhares compram o que não precisam a fim de agradarem a quem não gostam para obterem um mínimo senso de valor pessoal. Por isso exploramos. E como todos vivemos a mesmíssima experiência estamos sempre nos magoando. Sim, o que ocorre é que milhares estão vivendo por déficit. Falta-lhes algo e estes tratam de encontrá-lo das mais diversas formas. As vezes até mesmo supostamente amando seu semelhante. Como diz Henri Nouwen: Eu tenho tanto medo de não ser amado, de ser culpado, posto de lado, superado, ignorado, perseguido e morto, que estou constantemente criando estratégias para me defender e consequentemente garantir o amor que acho que preciso e mereço. Assim fazendo, me distancio da casa de meu Pai e escolho habitar um país distante.
    E Deus neste contexto onde fica? Deus acaba se tornando naquele a quem odiamos por o julgarmos nosso adversário. Por isto não o amamos também. É isto o que vemos no Éden. Nossos pais acreditando na serpente e tendo Deus como arbitrário. É fato que o catecismo de Heidelberg estava certo quando respondeu a seguinte questão: Você pode guardar esta lei (lei de Deus) perfeitamente? Qual a resposta? “Não, não posso, porque por natureza sou inclinado a odiar a Deus e a meu próximo”.
O Filho de Deus veio ao mundo para salvar uma raça que desaprendeu a amar. Este é o grande pecado que o Senhor Jesus quer tratar na vida de todos nós. A perda da capacidade de amar. E pela Sua graça podemos ser perdoados do nosso egoísmo e na força do amor que Ele revela por nós e da percepção da excelência do amor cristão voltarmos a amar também.
Sem amor ninguém haverá de entrar no reino dos céus. Isto porque embora ele não nos salve o amor é o maior sinal de que nascemos de novo. É inconcebível uma criatura nascida de novo espiritualmente e que não ame.

Fonte: ANTÔNIO C. COSTA  

Nenhum comentário: